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terça-feira, 21 de julho de 2020
VERMES E VÍRUS
Tempos modernos
De vermes e vírus
Corroendo vidas
Desfazendo sonhos
Vermes que se alimentam
Da podridão energúmena
Deteriorando o pouco que resta
No substantivo "humanidade"
Substância vergonhosa
No desterro da terra mãe
Por um vírus codificado
Nos lucros amaldiçoados
Lágrimas derramadas
Pelos que se foram sem a dignidade
Servir de banquete aos vermes
Puros e necessários
Lágrimas de "crocodilos" (coitados dos répteis)
Em prol de uma sagacidade
Imoral e lucrativa
Ante a desgraça alheia
Chora a mãe
O pai, a filha, o filho
O tio, a neta e o avô
Chora o irmão, a esposa, choram todos
A desgraça consumada
Sobrevive o desempregado
Podendo virar bandido
Na manutenção da prole
Uma nova "portaria" inventada
Dará cabo à bandidagem
Protegendo a sociedade
Gente de bem no asfalto da cidade
Os vírus (biológicos) indignados
Aguardam sem pressa sua vingança
Os vermes (biológicos) se assanham
Para o banquete da podridão que um dia virá
(Nane - 21/07/20)
sábado, 18 de julho de 2020
COM MEUS BOTÕES
Pensando com meus botões
No isolamento social
Tirando conclusões
Revendo situações...
A família reclamando
Da minha falta de atenção
Os meus amigos virtuais
Sendo a minha aglomeração
Eu e meu filho numa mesma casa
Nos falando por celular
O quintal vazio e sem crianças
Que mesmo vizinhas, jogavam no celular
As bicicletas encostadas e enferrujadas
As bolas murchas num canto qualquer
Os abraços deixados para depois
Quando a internet, enfim, saía do ar
O isolamento social é só a nomenclatura
Do que a muito já existia
Cerceando o direito à liberdade
Da escolha que (certo ou errado) já fizemos
O "novo normal" não é tão novo assim
Apenas virou imposição
E a gente, que gosta de reclamar
Agora, a falta do abraço nos faz chorar...
(Nane - 18/07/20)
sexta-feira, 17 de julho de 2020
NUMA TIGELA DE AÇAÍ
Cadê o açaí que estava aqui
Onde um dia eu te encontrei
Na praça de um bairro
Em que a gente se confraternizava
Geralmente era o tempo de um "boa noite"
Mas a gente esticava
Batia um papo até altas horas
Até que o ônibus certo a levava
Sinto falta do seu carinho
Da nossa conversa fiada
Que se não nos levava à nada
Tirava-nos grandes gargalhadas
O açaí era só uma desculpa
Eu nem gostava de tomar
Mas como gostava de conversar
Cada vez que você estava para chegar
Tome esse poema de meia tigela
Como um carinho da minha parte
Fica entre nós essa saudade
De um tempo que sabemos, não volta mais...
*Parabéns!!!
(Nane - 16/07/20)
Onde um dia eu te encontrei
Na praça de um bairro
Em que a gente se confraternizava
Geralmente era o tempo de um "boa noite"
Mas a gente esticava
Batia um papo até altas horas
Até que o ônibus certo a levava
Sinto falta do seu carinho
Da nossa conversa fiada
Que se não nos levava à nada
Tirava-nos grandes gargalhadas
O açaí era só uma desculpa
Eu nem gostava de tomar
Mas como gostava de conversar
Cada vez que você estava para chegar
Tome esse poema de meia tigela
Como um carinho da minha parte
Fica entre nós essa saudade
De um tempo que sabemos, não volta mais...
*Parabéns!!!
(Nane - 16/07/20)
terça-feira, 14 de julho de 2020
BROWN
Brown
Você se foi
Numa noite de inverno
Recluso na pandemia
Foi de encontro à sua musa
Highlander lutadora
Big, big te espera
Assim estava escrito
Vai em paz, meu amigo
Agora és só lembrança
Do meu primeiro "bom dia"
No abrir da minha porta
Sua patinha carinhosa
Estendida num sorriso
De quem tinha gratidão
Pela "dona" escolhida
Vai na paz, meu amigo
Fica em mim essa certeza
Da sua felicidade
Por "Big,big" ser sua eternidade...
(Nane - 13/07/20)
PRAGMATISMO
Talvez meu tempo não seja esse
Talvez minha vida não seja aqui
Talvez, nem mesmo eu saiba de mim
Talvez não seja eu, eu mesma
E por isso me perco de mim
Sem saber onde e como chegar
Ou a quem procurar
Ou mesmo onde repousar
Talvez seja esse o meu destino
De andarilho sem estrada
Caminhante de uma mente
Deturpada e aflita
A vida, na verdade pouco importa
Posto que é infinita
Uma vez concedida
Eternamente será mantida
A forma é o que conta
No peso da sua cruz
É o que te fará renunciar
Ou ser forte e continuar
Deus, esse cara pragmático
Cumpre com louvor suas promessas
De ser o pai eterno
Pronto à ensinar
Talvez, só o que valha à pena
São as escrituras
Que se ditadas por ele
Estão tão deturpadas
Talvez meus valores sejam natos
E Deus, um ser em mim caricato
Digno de todas as minhas dúvidas
Diluído em meu...talvez
(Nane - 14/07/20)
Talvez minha vida não seja aqui
Talvez, nem mesmo eu saiba de mim
Talvez não seja eu, eu mesma
E por isso me perco de mim
Sem saber onde e como chegar
Ou a quem procurar
Ou mesmo onde repousar
Talvez seja esse o meu destino
De andarilho sem estrada
Caminhante de uma mente
Deturpada e aflita
A vida, na verdade pouco importa
Posto que é infinita
Uma vez concedida
Eternamente será mantida
A forma é o que conta
No peso da sua cruz
É o que te fará renunciar
Ou ser forte e continuar
Deus, esse cara pragmático
Cumpre com louvor suas promessas
De ser o pai eterno
Pronto à ensinar
Talvez, só o que valha à pena
São as escrituras
Que se ditadas por ele
Estão tão deturpadas
Talvez meus valores sejam natos
E Deus, um ser em mim caricato
Digno de todas as minhas dúvidas
Diluído em meu...talvez
(Nane - 14/07/20)
segunda-feira, 13 de julho de 2020
OLHANDO PELA JANELA
Pela janela do tempo
Observo meu filho
Brincando no quintal
Misturado ao futuro
Em que seu filho brinca também
Minha mãe, orgulhosa,
Planta uma árvore
Diz que é para crescer
Junto com o neto
No seu futuro, com o bisneto
Eu
Pela janela do tempo
Só vejo a árvore
Frondosa e forte
Alta e majestosa...
(Nane - 13/07/20)
domingo, 5 de julho de 2020
DIÁRIO
Diário é onde se escreve as mazelas da vida
Num desabafo só seu, sem testemunhas
Onde mora o segredo, que uma vez contado
Deixa de ser segredo.
Diário quer dizer dia a dia, todo dia
Expondo palavras engolidas, silenciadas
Simplesmente por não poderem serem ditas
Na contingências da vida...
Diário é a cova perfeita
Para o óbito dos desejos
Fluentes e massacrados
Da sanidade exigida
Mas se o diário é virtual
Escancara teus segredos
Nas entrelinhas de um poema
Malfadado e sem rimas
Quem ler não vai entender
Então continuas a ocultar
Faz tua voz silenciar
No grito que te alucina
Teus "sapos" engolidos
Digeridos nus e crus
Te permitem continuar
E deixar como deve ficar
Diário escrito e perdido
No tempo do teu próprio tempo
Pode transbordar a amargura
Contida nas entrelinhas
Diário que se preze
Deve ser aniquilado
Junto com o dono da sua autoria
Para ser eternamente...diário
Senão...azar de quem achar
(Nane - 05/07/20)
Num desabafo só seu, sem testemunhas
Onde mora o segredo, que uma vez contado
Deixa de ser segredo.
Diário quer dizer dia a dia, todo dia
Expondo palavras engolidas, silenciadas
Simplesmente por não poderem serem ditas
Na contingências da vida...
Diário é a cova perfeita
Para o óbito dos desejos
Fluentes e massacrados
Da sanidade exigida
Mas se o diário é virtual
Escancara teus segredos
Nas entrelinhas de um poema
Malfadado e sem rimas
Quem ler não vai entender
Então continuas a ocultar
Faz tua voz silenciar
No grito que te alucina
Teus "sapos" engolidos
Digeridos nus e crus
Te permitem continuar
E deixar como deve ficar
Diário escrito e perdido
No tempo do teu próprio tempo
Pode transbordar a amargura
Contida nas entrelinhas
Diário que se preze
Deve ser aniquilado
Junto com o dono da sua autoria
Para ser eternamente...diário
Senão...azar de quem achar
(Nane - 05/07/20)
VIVER POR VIVER
Quantos nãos foram ditos
Quantos nãos foram escutados
Quanta raiva foi macerada
Volvendo em nós um liquidificador
Mas na manhã seguinte
Heis que surge o astro rei
Trazendo consigo todas as luzes
Que o mundo nos oferece
Salada de sentimentos
Num turbilhão de ressentimentos
Por amores infinitos
Sonhados em quimeras
Nem é tão difícil viver
Se não houvesse a natureza
Que se da terra é generosa
Dos homens é humana
Complicam a equação
Dois e dois não somam quatro
A vida segue em frente
Os ventos levam tudo
O infinito é logo ali
Num horizonte plausível
Em que a história termina
Num pote de amaralina
Prepotência de uma continuação
Estapafúrdia e sem noção
No flanar de uma gaivota
Sem porto seguro
Mãe é mãe
O resto...é tudo vaca
Mãe, nem sempre é mãe
As vezes...é vaca também
Você verá que é sempre assim
A história não tem fim
A arte de sonhar
Está na força do acordar...
(Nane - 05/07/2020)
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