quinta-feira, 29 de novembro de 2018

VOLVO A TI

Volvo a ti
A luz que reflete
No brilho desse olhar
A me iluminar

Serena-me os ânimos
O sorriso sem graça
Causando o aliciamento
No apertar desse olhar

Encanta-me a voz
Que quase num sussurrar
Diz inteiro meu nome
Fingindo esbravejar

Dispersam-se os problemas
Perante sua presença
Revestida de magia
Na minha insólita fantasia

Volvo a ti
Todos os meus sentidos
Revelados e refletidos
No brilho dos olhos teus

(Nane - 29/11/2018)




quarta-feira, 28 de novembro de 2018

APRENDIZADO

Mostro em meus olhos
Janelas de mi'alma
Não a revolta
Mas a decepção

Não com ninguém
Mas comigo mesmo
Por não conseguir
Meus próprios planos gerir

Pensar, pensar e pensar
Tão pouco adiantou
Estive tão ocupado pensando
Que esqueci de executar

É reza sem obra
E o "Cara" lá de cima
Se entristece e me diz
Tenta outra vez

Amanhã, quem sabe
Tua fé te salve
Volte ao teu casulo
Teu voo foi cancelado

Umidifica teus olhos
Hidratando teu espelho
Para que vejas enfim
A realidade do teu carma

Nada é em vão
Nem mesmo tuas lágrimas
Um dia tu aprende
Acalma teu coração

Teu tempo é infinito
No espaço sideral
Te fiz mero aprendiz
Corra atrás do teu ideal

Outro dia há de chegar
A noite vai passar
Quando o amanhã vier
A hora será do recomeçar...

(Nane - 28/11/2018)


terça-feira, 27 de novembro de 2018

FANTASIA REAL

Tênues paralelas
Provocando dualidades
Entre opções dúbias
Do ser e do estar

Lacerantes dúvidas
De uma dor existente
Se real ou fantasia
Eterna ou vigente

Alegria ou tristeza
Em sentimentos profusos
Na incerteza do porvir
Sem saber se há de vir

Resta a certeza do querer
E a angústia do não saber
Se no amanhã vai acontecer
O sonho do que sonhei viver

A dor que dói no peito
Ameniza ao te ver sorrir
Fazendo com que eu entenda
Que era preciso te deixar partir

Em versos prolixos
Diversos em devaneios
Mergulho em meus delírios
Se real ou fantasia

Tão tênues paralelas
Quase que palpável
Tão concretas em mim
Tão abstratas e...fim

(Nane - 27/11/2018)




sábado, 24 de novembro de 2018

APENAS ISSO

Sou isso
Um nada
um tudo

Sou isso

A manhã se apresenta
A tarde se anuncia
A noite prenuncia
Outro dia virá

Lá fora chove
Aqui dentro, o escuro
O sol há de vir
O amanhã, há de clarear

Sou nada sem isso
Rabiscar é meu ofício
"Inda" que não rime
"Rabiscar" é preciso

Sobre o tudo e o nada
Sobre o sol e a chuva
O dia e a noite
A morte e a vida

Entendam quem me lê
Que nada faz sentido
Se entre os meus dedos
Um cigarro não houver

Compreendam também
Que a cerveja é companhia
Me inspira e me faz escrever
Bem ou mal uma poesia

Sou isso 
Sou nada
Sou tudo
Sou só...poesia

(Nane - 24/11/2018)

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

OLHOS DA MENTE

Vento que venta em mim
Soprando lembranças
Na brisa que em brumas exala
O odor dos sentimentos

São olhos da mente
Abertos no adormecer
Do corpo presente
Da alma distante

Agasalhada a retina
Sob as pálpebras fechadas
Descansa a íris
Enxerga o espírito

Passeia na dimensão
Com leveza no coração
Sem se importar com a carcaça
Adormecida, cansada

Realidade ou fantasia
Verdade ou mentira
Vida ou morte
Morte ou vida

O certo é o errado
Ou o errado é que está certo
Conflito de vivências
Aprendizados, experiências

Momentos tão presentes
Sensações tão persistentes
Será a vida da gente
Ou quem sabe...a morte da gente

Vento que venta em mim
Soprando lembranças
Na brisa que em brumas exala
O odor dos sentimentos

(Nane - 22/11/2018)

PRIMEIROS PASSOS

Venha Criança
Com teus passos trôpegos
Ganhar confiança
No teu caminhar

Tome a minha mão
Para te amparar
Mas é você quem tem que andar
Nesse teu caminhar

Um passinho de cada vez
Para evitar tropeçar
Mas se acontecer e você cair
Criança. o importante é levantar

Não posso andar por ti
Apenas te ensinar
E com meus braços te amparar
Cada vez que com teus pés tropeçar

Tenta outra vez
Sem nunca se entregar
Posto que para bailar
Necessitas aprenderes a andar

Então seu mundo, criança
Feito um balão colorido
Voará liberto pela esperança
E a certeza de seres (por mim) tão querido

(Nane - 22/11/2018)




segunda-feira, 12 de novembro de 2018

ACALANTO

Dorme pequenino
Em meu abraço maternal
Enquanto cabes em meus braços
Ou na palma da minha mão

Não tenhas pressa
De crescer, "pingo de gente"
Deixa que eu te embalo
Com o pulsar do meu coração

Saudade há de chegar
Quando não mais couberes
Nesse abraço protetor
Que te envolve em meus braços

Mas por enquanto, meu pequeno
Durma teu sono de bebê
Tranquilo e sem medo
Que eu velarei por ti

Dorme, dorme, meu bebê
Que mamãe vai te ninar
Na missão do meu viver
Que é para sempre te amar

(Nane - 12/11/18)





domingo, 11 de novembro de 2018

A BOA NOVA

Luz Divina
Brilhando intensa
No ventre abençoado
Formando o ser amado

A mesma luz
Refletida nos olhos
Dos seres ansiosos
Que aguardam essa luz (Divina)

Com a bênção de Jesus
O presente de Deus
Se forma e eu informo
Com a alegria no apogeu

Tomem para si a responsabilidade
Do cuidar dessa criança
Que vos digo, em verdade
Vem revestida de esperança

Pequeno Ser Divino
Sê bem vindo e abençoado
Seja menina ou menino
Já é tão imensamente amado

Teus pais te esperam
Com a certeza de tua luz
E te entregam sem temor
Nos braços de Jesus

A boa nova se confirmou
No amor que os consagrou
Conduzam com sabedoria
A pequena Luz Divina...

(Nane - 11/11/18)



POESIA GESTANTE

Gesta em mim
Uma poesia
Que teima em não fluir
Se engasgando em mim

Gesta em mim
Uma poesia
Sem nenhuma simetria
Sendo apenas poesia

Talvez seja a manifestação
Da minha própria harmonia
Ou quem sabe, euforia
Ao te saber/ver...poesia

Mas todo parto exige dor
Antes e depois da gestação
Por isso esse meu torpor
Em te expor com gratidão

Me entristece teu semblante
Quando sinto nele o peso
Da cruz energizada que carregas
Sobre os ombros cansados

Tome a minha poesia
Como um bálsamo à revelia
Na dureza do seu dia a dia
Entranhado de tanta melancolia

Não se deixe contaminar
Posto que tantos somos a precisar
Do esteio forte de tuas mãos
Sempre prontas a nos amparar

Só nunca te esqueças
Que o amparo é recíproco
Se tua mão precisar
Na nossa, com certeza, podes segurar

Gesta em mim uma poesia
Que quer dizer da alegria
De te saber fazer parte
Do meu e do nosso dia a dia...

(Nane -11/11/18)

sábado, 10 de novembro de 2018

ENTREMEANDO

Sou brisa
Ou furacão
Refletido no instante
Da minha emoção

Sorrio ou choro
De acordo com a vontade
Explícita em meu semblante
Reflexo de minha alma

Faço ou desfaço
De todos os meus percalços
Me arrependo ou me orgulho
Do que fiz ou do que não fiz

Não sei do amanhã
Meu hoje é intenso
O ontem se acabou
Meu momento é agora

Enquanto furacão
Pouco penso e muito ajo
Enquanto brisa
Respiro e me arrependo

Meio termo me complica
Não sei o que fazer
Vou vivendo sem saber
Quando e onde vou chegar

Talvez no amanhã
Eu encontre meu presente
Esquecendo do passado
E me abrindo para o futuro

Hoje sou brisa
Ou furacão
Refletido no instante
Da minha emoção...

(Nane - 10/11/2018)





quarta-feira, 7 de novembro de 2018

SOB O OLHAR DE MINHA MÃE

Sob o olhar de minha mãe
Tento, sem conseguir adormecer
Escuto, sem nenhum som
Sua voz a me aconselhar

Vejo, no quadrado do meu quarto
Sua mão retorcida pelo A.V.C
Acarinhar-me a fronte
Sem entender se é sonho ou realidade

O celular toca estridente
A voz agora é do meu filho
Dizendo que só ligou para dizer
Do seu amor por mim

De novo misturo as estações
Entre o sonho e a realidade
Se é verão ou primavera
O que é fantasia e o que é verdade

A sensação de estar voando
Em meio ao espaço infinito
Tão cheio de imaginação
E de concreto tão vazio

Abro meus olhos com pesar
Está lá, na tela do computador
Minha mãe a me olhar
Com seu olhar (estático) de amor

Ainda não sei se sonhei
Ou se de fato aconteceu
Meu celular tocou (não era meu filho)
Eu...despertei

(Nane - 07/11/2018)