Acomodamo-nos em nossa solidão taciturna.
Olhamos em direções idênticas com visagens opostas.
Seus olhos, mais cansados que os meus, rompem os
Portais do tempo, onde outrora era forte e sã, altiva
E senhora de si.
Os meus, já também cansados, tenta em vão vislumbrar
Um futuro, que se mostra turvo, sem sonho ou expectativa nenhuma.
Então escuto sua voz entoando uma cantiga que fala de Deus
E me questiono em silêncio: como pode ser tao forte a sua fé?
Tão perto e tão distantes, unidas na tristeza da sina que nos coube...
Enquanto eu escrevo, no meu silêncio pesado e turbulento, observo seu silêncio entristecido e conformado com seu destino.
Me chama o tempo inteiro, e isso me aborrece. Perco o foco do que escrevo, recomeço procurando manter o sentido.
A tosse persistente e arrastada castiga seu peito dolorido pela força e pelo desígnio que lhe coube.
A frustração se impõe sobremaneira nas palavras que escrevo e que quase espontaneamente se afileiram.
Então me chama para ver a novela. Eu vou...é só mais uma forma de estarmos unidas em nossa solidão taciturna.
(Nane - 15/09/2014)
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