Na busca da paz
Dei tantas voltas
Bati tanta cabeça...doeu
Custei a entender
Que minha paz estava em mim
Não em mais ninguém
Troquei de mal com Deus
Cada vez que ele não me atendia
Me senti desamparada
Mal amada, esquecida
Deus não me ouvia
Me deixou na contra mão
Tudo se esvaía
Os sonhos que sonhei
As lutas que travei
A recompensa que não veio
O amor que imaginei
O sucesso que não alcancei
Bateu cansaço
Pensei estar tudo perdido
Nada mais valia à pena
Deixei a vida me levar
Pela estrada (por ela) escolhida
Parei de reclamar
O tempo veio ao vento
Soprado devagar
As marcas desse tempo
Esculpiram minha face
Refletindo no espelho
Uma suposta maturidade
Da vida à me ensinar
Sem que mesma percebesse
Minha pressa se acabou
Meus dias, ainda que nublados
Se mostraram ensolarados
Em pequenas coisas percebidas
Na rotina sem expectativas
Minha paz desvirginou-se
Na falta da impaciência
Nos rompantes esquecidos
Por não mais me violar
Na busca de uma perfeição
Que achei de Deus ser obrigação
Ainda estou sendo curtida
Mas a tal maturação
Deixou meus dias leves
Sem cobranças de mim mesma
Sem violência em meus desejos
Sem a culpa ser de Deus
A paz se apresentou
Sem que eu tivesse percebido
Tem compartilhado comigo o dia a dia
Sem compromisso de bater ponto
Sem rima, sem nexo, sem obrigação
Por isso faço dela, poesia...
(Nane- 21/11/20)
(Nane- 21/11/20)