sexta-feira, 15 de março de 2019

PRELÚDIO À RENATA

R epare na poesia
E xplícita e contida
N o tudo e no nada
A lém do próprio infinito
T eluricamente exposto
À luz de uma "sacada"

Tão difícil ser poeta
Sem rasgar todas as vestes
Pondo à mostra as entranhas
Escondidas no pudor

Lágrimas arrancadas
Salgando o olhar
Que vê sem enxergar
O aflito do ser e do estar

Poeta sem descanso
Velejando por tantos mares
Entre tsunamis e calmarias
Até seu porto seguro

Sem bússola em suas rimas
Divaga à deriva
Em rascunhos de uma vida
Sonhada e não vivida

O horizonte se oferece
Ao poeta perplexo
Que o persegue com sofreguidão
Sem nunca alcançá-lo

Extenuado e sem força
O poeta silencia
Adormece sobre a proa
E ao mar...se entrega

(Nane - 15/03/19)




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