É normal Eu te amar Feito anormal Que ama sem sentido É normal te amar Feito quem ama Como animal irracional E abana o rabo E teu rosto esculpido Nos poros da minha pele Sorrindo e rindo Do meu rosto enfadado É normal teu escárnio Ao meu amor supremo Jogado fora Na soberba da tua certeza É normal tua indiferença Ao caos da minha sobrevivência Diante da felicidade Dos amantes que te invade É normal tua risada Escancarada ecoando Debochando de um sentimento Incompreensível e não sentido É normal não entender O déjá vu vivido E tomara, não perdido Em mim... ou em você (Nane-12/07/2015)
E o "CONE" chorou... Não pela vitória Nem mesmo pela glória Chorou de emoção Por ser Tricolor Chorou por meninos Que trazem nos ombros O peso da responsabilidade De se criarem nas bases De um clube tantas vezes campeão Chorou pelo fim Da certeza da inveja De quem dizia Que o patrocínio era o clube E o Flu um amontoado E o "CONE" chorou Um choro abençoado Pelo João de Deus Evocado pouco antes Do golaço do menino Chorou pelo ir e vir Em um time esfacelado Onde Deus é titular E não deixa nada faltar E ninguém atrapalhar Chorou por tantas tentativas E deboches descabidos De políticos e cartolas Da mídia tendenciosa Que só conta o que convém (a ela) E o "CONE" chorou Por ser aclamado Capitão e condutor Dos meninos de Xerém Verdadeiras joias do Tricolor E fez chorar o "CONE" Toda a sua torcida à direita Do palco da magia Mas instalado à esquerda De todo torcedor do Tricolor Chora Fred Teu choro santo E faça ressoar pelos estádios O grito envaidecido da torcida "O FRED VAI TE PEGAR" (Nane - 10/07/2015)
Te amei Com toda a força da letra Da música de Cazuza Exagerado Te amei (e te amo) Daqui até a eternidade Estarei jogado aos teus pés Mesmo sendo chutada para escanteio Sabendo que a maior de minhas verdades Nasceu da mentira que desfraldou No reencontro desse amor De tantas vidas passadas Foi no meu exagero Que te amei além de mim E cobrei sem ter direito O amor da minha vida Mas se não posso ter esse amor Exagerado e escancarado Ah meu amor...abro mão Não quero outro amor Um amor inventado Onde eu vivo o seu amor Ainda é mais intenso Do que um outro amor real Não posso trair O meu amor inventado Já que na eternidade Ele é de verdade Amor da minha vida Você vai ver quando for chegada a hora Que sou mesmo exagerada E por você eu aguardo até a eternidade (Nane-08/07/2015)
Maldita a hora em que me fiz poeta De esquina Nas saídas dos bares Nas madrugadas Agasalhando no peito As dores do mundo Apiedando nas palavras Da própria insignificância Por não conseguir sorrir Das desgraças embriagantes Num copo interminável de cerveja Escrevo aos amantes Palavras adocicadas Zombando da imbecilidade De quem nelas acreditam Sem perceberem que se esvaem Na mais branda das brisas Que sopra ao luar Cúmplice nas enganações Que todo poeta rabisca Mais por ego que por convicção À quem se presta à lê-lo Então equilibro meus escritos Entre dores e amores Sem deixar vazar a verdade Contida nas entrelinhas Lidas e não entendidas Pelos amantes da poesia Induzidos pelo proxeta Que lhes escreve sem pudor Feito um famigerado gigolô Prostituindo sua vítima Em troca de seu ego (Nane-03/07/2015)
Zumbidos na cabeça Turbilhão de pensamentos Olhos marejados Coração pulsando forte Mãos trêmulas e frias... A sensação do vazio O nada preenchido O importante perdido O sentimento petrificado A lágrima derramada pela vida A paz já não faz falta Os sonhos são pesadelos A loucura feito um verme Mantem vivo o corpo Cuja alma já partiu Nada faz sentido Ninguém é importante O amanhecer é suplício O anoitecer traz a certeza De que um dia tudo se acabará Suicidas vozes clamam Mas nem isso importa Azar de quem foi fraco E agora queima no inferno Não sou ave. Não tenho pena A noite está fria Eu também... No corpo e na alma Quando amanhecer Será só mais (ou menos) um dia (Nane-002/07/2015)