Foi legítima defesa
Senhor Juiz
Matei para não morrer
E não pense que não sofro
Dói a dor mais dolorida
E por ela já fui condenado
A sua sentença Meritíssimo
Me será de pouca valia
Matei o que de mais precioso eu tinha
E tornei-me prisioneiro de mim mesmo
No umbral do meu inferno
Onde a paz não faz morada
Julgue o assassinato
Senhor Juiz
Atire-me na sua masmorra
Sou réu confesso
Com o dolo planejado
Para não morrer em lágrimas
O fantasma desse amor
Ainda me persegue
Me assombra o tempo inteiro
Perturba a minha insanidade
Induz à vil loucura
De um final não programado
Condena-me
Senhor Juiz
A não morrer no corpo
Já que é finada a alma
Morta pelo amor
Que eu tive que matar
(Nane - 11/04/2014)
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