segunda-feira, 11 de agosto de 2025

CALOU-SE A MINHA VOZ

Calou-se a minha voz

Cansada e sem eco

Num silêncio moribundo 

De quem não se faz ouvir

Incomoda o meu silêncio

Que não diz o que é preciso

Mas a garganta corroída

Sangra e emudece

A alma, essa louca

Esperneia e grita

Mas não pode ser ouvida

Então, se vê perdida

O tempo, sem nenhum subterfúgio

Passa incólume e soberano

Deixando claro que nessa estação

O trem não mais voltará

Calou-se a minha voz

Que tanto pediu e implorou 

Inquietasse a minha alma

Sem conseguir se manifestar

Agora entendeu que só lhe resta rezar

Já que calou-se a minha voz


(Nane-11/08/25)