Não se abriram as flores
Hibernam em botões
Encruadas, adormecidas
Relegadas ao tempo
Tempo sem tempo
Reverberando a vida
Em versos, contidas
Sem flores, refletidas
Vida de inércia
De um tempo só percebido
Quando não mais é possível
Refazer o passo a passo
Falácia do destino
Louco em desatino
Num sorriso debochado
Previsto, apenas acompanhado
Botões apertados
Sem ar, sem respiração
Sem cores, sem emoção
Desvalidos, apartados
Inércia de odores
Serão mesmo flores
Essa massa em desalinho
Exposta e sem caminho
Sim, são flores
Colhidas em tenra idade
No destino de sua sorte
De serem flores... de morte
(Nane - 03/07/21)