sábado, 3 de julho de 2021

AS FLORES


 Não se abriram as flores

Hibernam em botões

Encruadas, adormecidas

Relegadas ao  tempo


Tempo sem tempo

Reverberando a vida

Em versos, contidas

Sem flores, refletidas


Vida de inércia

De um tempo só percebido

Quando não mais é possível

Refazer o passo a passo


Falácia do destino

Louco em desatino

Num sorriso debochado

Previsto,  apenas acompanhado


Botões apertados

Sem ar, sem respiração

Sem cores, sem emoção

Desvalidos, apartados


Inércia de odores

Serão mesmo flores

Essa massa em desalinho

Exposta e sem caminho


Sim, são flores

Colhidas em tenra idade

No destino de sua sorte

De serem flores... de morte


(Nane - 03/07/21)