Grita o silêncio na madrugada
Verdades que eu não queria ouvir
Expõem toda a fraqueza em mim contida
No dia que finge resiliência
A luta necessária do dia
Se impõe me fazendo forte
Deixando na mão da sorte
Todas as rimas da minha poesia
A folha em branco no crepúsculo
Expurga todas as minhas culpas
Transformando o ser que sou
Alheio à minha vontade
A noite é conselheira
E retira a couraça de mim
Armadura tão necessária
Nessa luta que parece não ter fim
Deveria me incomodar a solidão
Destacada na chuva fina que cai
Nessa noite que aos poucos se esvai
Embaralhando quem precisa de perdão
Palavras jogadas ao vento
Ferindo sem discernimento
Ecoando sem descanso
Como o vai e vem de um balanço
Enquanto o sono não vem
Escuto ele, o silêncio
Nem sempre bom conselheiro
Mas...meu fiel companheiro
A passarada anuncia o alvorecer
Hora de me recolher
Enfim, conseguir adormecer
Diminuindo (assim) meu dia de sobreviver
(Nane - 06/03/2021)